Confira os livros lançados pela ANPOCS, em parceria com a Editora Hucitec, resultado do Concurso ANPOCS de Teses e Dissertações em Ciências Sociais, edital 2023.

Mineração, justiça e desenvolvimento: das (im)possibilidades de coexistência
Gabriela Dias Blanco

Este livro é resultado da tese de doutorado de Gabriela Blanco, defendida no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFRGS, no ano de 2022. O estudo trata dos efeitos da mineração para além do rompimento de barragens no Brasil.

O foco empírico de análise é a exploração de nióbio realizada em Araxá, Minas Gerais, pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM). O ponto de partida é a descrição de uma controvérsia tecnocientífica que se iniciou em 2008, quando moradores do município passaram a denunciar a presença de um nível elevado de bário nas águas que abasteciam suas casas, vinculando a contaminação às atividades da CBMM.

O estudo de viés qualitativo e inspiração etnográfica, foi composto por pesquisa documental, entrevistas com atores diretamente envolvidos e/ou afetados pelas atividades de mineração em Araxá e escritas de diários de campo.

Por tratar-se de livro oriundo de pesquisa profunda, ética e socialmente comprometida e que traz resultados originais na temática e no campo de estudo, aliado a um estilo de escrita fluída, direta e com toques líricos, acho que esta obra pode se tornar um marco na investigação acadêmica nas ciências sociais brasileiras.

As contribuições das propostas teórico-metodológicas e da análise socioantropológica de Gabriela Blanco são, sem dúvida, uma grande e decisiva contribuição aos estudos sociais em ciência e tecnologia, particularmente para a categoria de controvérsias tecnocientíficas, assim como para as pesquisas dos aparatos de desenvolvimento em torno dos grandes empreendimentos minerários, entre outros.

— Jalcione Almeida Professor titular UFRGS, pesquisador associado no grupo de pesquisa Tecnologia, Meio Ambiente e Sociedade

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Chicago oldies? Um estudo comparativo sobre a institucionalização, socialização e atuação de economistas brasileiros e chilenos treinados na Universidade de Chicago
Heloísa Pinheiro Rosa de Castro

É possível falar em Chicago Boys no caso brasileiro? Economistas brasileiros estudaram no Departamento de Economia da Universidade de Chicago. Eles estiveram em Chicago pouco depois que os Chicago Boys chilenos, aos quais se atribui a guinada pró-mercado no Chile dos anos 1970. Pode-se argumentar que as ideias às quais os brasileiros foram expostos em Chicago não diferiam daquelas que inspiraram os seus colegas chilenos… Por que, então, no caso brasileiro, essas ideias não tomaram imediatamente a dianteira?

Por que os brasileiros formados em Chicago só teriam acesso a posições de poder e direção 50 anos depois… Como “Chicago Oldies”? A análise sociológica comparativa minuciosa e primorosa de Heloísa Pinheiro Rosa de Castro reconstrói essa circulação internacional por meio de documentos e entrevistas. A autora oferece uma rica descrição das propriedades sociais dos agentes, do processo de socialização que vivenciaram no exterior e dos mecanismos de retradução e institucionalização por meio dos quais visões de mundo e ideias econômicas se convertem em escolas de economia e políticas públicas.

ELISA KLÜGER Laboratoire d’Économie et de Sociologie du Travail (LEST, CNRS-AMU) e pesquisadora associada ao Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP).

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