Por Joana Tereza Vaz de Moura

Publicado originalmente em 18/03/2021

As diversas famílias rurais que compõem o segmento da agricultura familiar no Brasil vêm sofrendo com os desmontes das políticas públicas desde o impeachment da Presidenta Dilma Roussef, em 2016.

De lá pra cá, acompanhamos a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), relegando a agricultura familiar a um atendimento assistencial e de combate à pobreza no campo brasileiro; a redução de investimentos em políticas de acesso a mercados institucionais como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); desativação do programa de reforma agraria; e, mais recentemente, o veto do Presidente Jair Bolsonaro ao pagamento de um auxílio financeiro a agricultores familiares em meio à pandemia do coronavírus, em 2020 e mantido pela Câmara em 17 de março de 2021.

A agricultura familiar possui papel fundamental na geração de processos de segurança alimentar junto às populações em situação de fragilidade social e de insegurança alimentar. Os alimentos que consumimos diariamente vêm, em sua maioria, da produção da agricultura familiar, sendo ela responsável por dois terços da produção de frutas, verduras e legumes da horticultura no Brasil.

Não podemos nos calar diante da situação atual em que essa categoria se encontra. Precisamos de uma luta sistemática mais ampla em que a alimentação, a reforma agrária e a agroecologia sejam os eixos centrais dos movimentos sociais do campo e da cidade. Queremos comer comida de verdade!

Joana Tereza Vaz de Moura. Coordenadora do Laboratorio de Estudos Rurais – LABrural/ @ufrn.br

*Este post não representa necessariamente a posição da ANPOCS.

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