Por Regina Facchini e Isadora Lins França
Publicado originalmente em 09/03/2021
Direitos em disputa: LGBTI+, poder e diferença no Brasil contemporâneo.
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Há 10 anos as uniões homoafetivas eram reconhecidas pelo STF, com o que se atendia uma demanda por direitos de pelo menos 30 anos. Protagonista de um recente processo de cidadanização, o movimento LGBTI+ foi linha de frente no enfrentamento à epidemia de HIV/Aids e renovou-se com as Paradas do Orgulho. Simultaneamente, crescia e se diversificava um sofisticado e vigoroso campo de estudos acadêmicos. A conquista do reconhecimento legal das uniões estáveis coincide, porém, com um momento político no qual questões LGBTI+ ocupam o centro de uma intrincada arena de disputas, tornando-se alvo de discursos explicitamente violentos.
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A vitória eleitoral de um projeto reacionário veio acompanhada por políticas antigênero e pela mobilização contínua de pânicos morais contra mulheres, LGBTI+, negros/as, indígenas. O sentido de categorias tão caras à democracia, como a de “direitos”, tem sido objeto de intensa disputa. Quais os impactos desses processos nos direitos de LGBTI+ e de outras populações? Que disputas estão hoje colocadas nesse cenário? Como os saberes relacionados à diversidade sexual e de gênero têm se posicionado? Quais sujeitos e categorias têm sido produzidos? Como os multifacetados ativismos têm traduzido a diversidade interna às letrinhas do acrônimo LGBTI+ na defesa do direito à vida e à dignidade dessa população?
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Lançado pela @editoradaunicamp em 2020,o livro “Direitos em disputa: LGBTI+, poder e diferença no Brasil contemporâneo” percorre esses temas a partir de distintas perspectivas, oferecendo um mapa para a sua compreensão desde diferentes áreas de conhecimento. Organizado por Regina Facchini e Isadora Lins França, o livro traz um conjunto de 32 autoras e autores, reunidos diante do desafio de oferecer chaves analíticas para o contexto que vivemos hoje.
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Foto 1: Regina Facchini
Foto 2: Kevin David / Agência O Globo
Regina Facchini, professora do PPGAS-Unicamp. Isadora Lins França, professora do Departamento de Antropologia Social da Unicamp.
*Este post não representa necessariamente a posição da ANPOCS.