Por Luiz Augusto Campos

Publicado originalmente em 02/03/2021

Embora seja antiga a relação entre raça e política no Brasil, o tema não ocupa um lugar central nas nossas ciências sociais. Basta acompanhar com alguma periodicidade o noticiário para perceber que a política no país é majoritariamente feita por homens brancos. Se mais da metade dos brasileiros se declarou preto ou pardo no último censo em 2010, a proporção desses grupos na Câmara dos Deputados girou em torno de um quarto nas eleições de 2018.

Apesar desse déficit evidente de representatividade racial, apenas recentemente a sub-representação de preto(a)s e pardo(a)s no Parlamento chamou a atenção do debate público. Por que pretos e pardos têm menos chances de serem eleitos no Brasil? Medidas que visem incluir esses grupos na política são justas e democráticas? Uma vez eleitos, candidatos e candidatas negras costumam se dedicar mais a pautas antirracistas? Só político(a)s negro(a)s podem falar em nome de eleitore(a)s negro(a)s? Apenas negros deveriam votar em candidaturas negras ou todos deveríamos fazê-lo?

Lançado pela Zouk (@editorazouk) em 2020, “Raça e Eleições no Brasil” pretende ajudar a responder a algumas dessas questões. Nele, Luiz Augusto Campos (IESP-UERJ) e Carlos Machado (Ipol-UnB) organizam suas pesquisas sobre a relação entre raça e política, um tema central para a democracia brasileira, mas ainda marginal nos estudos acadêmicos.

Crédito: Foto de Saulo Cruz

Luiz Augusto Campos. Professor de Sociologia e Ciência Política UESP-UERJ

*Este post não representa necessariamente a posição da ANPOCS.

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