Por Marcelo R. Filho e Michael M. Filho
Publicado originalmente em 13/07/2022
#OcupaANPOCS | Nas fotos vemos uma atividade de campo realizada no âmbito da disciplina “Oficina de Pesquisa Qualitativa: Águas do Caju”, ministrada pelas professoras Mariana Cavalcanti (IESP/UERJ) e Maria Raquel Lima (PPCIS/UERJ). Com auxílio do pastor, morador e guia Cosme Vinícius (@ocosmeoficial), o grupo percorreu o Morro da Providência, considerada a primeira favela do Brasil e localizada no Centro do Rio de Janeiro. O exercício etnográfico coletivo permitiu, por exemplo, refletir sobre os processos de remoções, reformas e resistências que perpassaram a capital carioca ao longo das décadas; o histórico de provisão de infraestrutura; e peculiaridades concernentes a favelas mais conhecidas, visitadas por grupos turísticos.
O Morro da Providência também nos mostrou outros ângulos do Rio de Janeiro. De um lado, víamos a Avenida Presidente Vargas, a Central do Brasil e o Sambódromo. O Centro carioca pulsante, barulhento e com pessoas, ainda que pequenas ao olhar, em constante movimento. Do outro, víamos a Ponte Rio-Niterói, o Museu do Amanhã, a reformada Praça Mauá e os trilhos do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Diante de nós estavam duas versões da região central da cidade, cada uma fruto de seus processos particulares de reforma e resistência.
Em meio a subidas de ladeiras, escadas e entradas em becos, observamos as nuances da cidade. As caixas d’água, os canos entrelaçados, os fios embolados. Os gatos percorrendo vielas, os cachorros deitados pelo chão. Cada elemento pode demonstrar uma relação própria dos moradores com aquele espaço.
O @casa.iesp contribui para os estudos urbanos a partir de um olhar sobre a produção da cidade e seus modos de fazer, buscando entender o urbanismo, o cotidiano, as relações monetárias, entre outros elementos que cercam a composição do meio urbano.
Convidamos a todos e todas a exercitarem o olhar etnográfico em suas comunidades, bairros e cidades.
Marcelo Reis Filho e Michel Misse Filho. Grupo Casa
*Este post não representa necessariamente a posição da ANPOCS.