Por Renata Menezes

Publicado originalmente em 08/09/2022

#AbreAspas | No dia 2 de setembro de 2022, o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro ressignificou seu incêndio devolvendo ao público, restaurada, a fachada do Paço de São Cristóvão, além de promover novas ações na Quinta da Boa Vista. No interior do prédio, a exposição Recompõe Mineralogia combina peças recém adquiridas e o icônico meteorito Bendengó. Nos jardins, o Polo Esculturas traz oito estátuas que ornavam o topo do palácio devidamente recuperadas. No Polo Memória, uma exposição a céu aberto registra, através de fotos e textos, a trajetória e a relevância do Museu. E nos Polos Cultural e Educativo, atividades como circo, teatro, música, dança e oficinas educativas acolherão os inúmeros visitantes ao longo do mês de setembro.

Após quatro anos do desastre, as iniciativas são, para nós, da comunidade museal, emblemas do amplo esforço de reconstrução em condições bastante adversas. A programação demonstra que “reconstruir” não é apenas restaurar o prédio: é cuidar de um conjunto de relações que articulam pessoas, coisas, recursos, afetos e mesmo contradições, em redes multiescalares. O novo museu demanda a conceitualização da exposição de longa duração, a produção de novas coleções, a continuidade das atividades de educação museal, divulgação científica, ensino, pesquisa e extensão – frentes que fazem parte da missão da casa. Algumas delas são menos visíveis e conhecidas da mídia, mas todas têm sido ininterruptamente mobilizadas, ainda que na temporalidade própria ao contexto patrimonial.

Junto à ANPOCS, destacamos a dinâmica de nossas nove pós-graduações, que têm garantido pesquisas de excelência nas áreas de Antropologia e História Natural. Experimentar essa vitalidade no dia a dia e desdobrar-se para que ela siga acontecendo nos permite afirmar, sem dúvida, que o Museu Nacional está vivo.

Renata Menezes. Antropóloga, Museu Nacional/UFRJ (@museunacional1818)

*Este post não representa necessariamente a posição da ANPOCS.

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