Por Olivia Cristina Perez

Publicado originalmente em 12/09/2022

#BicentenárioIndependência | Novamente as ruas do Brasil foram palco de protestos no último 7 de setembro, feriado da Independência. De modo geral de um lado havia apoiadores do presidente que, dentre outras pautas, atacaram as instituições democráticas. São os mesmos que se contrapõem ao avanço no acesso a direitos para aqueles grupos mais sujeitos a opressões sociais como mulheres, negros e população LGBTQIA+

A resistência a esse projeto político tem aproximado setores diversos que, em comum, defendem a democracia e a manutenção dos direitos. Prova dessa resistência foram os protestos conhecidos como “Grito dos Excluídos” que reuniram por todo o Brasil partidos políticos, movimentos sociais e entidades sindicais a favor da democracia e dos direitos.

Apesar dessa disputa de projetos políticos, tem ganhado mais visibilidade os protestos e as falas do presidente que ofendem, intimidam e incentivam a violência. A disseminação da violência tem gerado medo e receio de se manifestar entre aqueles que discordam do presidente e, principalmente, entre os eleitores do ex-presidente Lula. O bolsonarismo vem aos poucos corroendo a liberdade de expressão, direito fundamental, além da própria democracia brasileira. Como consequência há uma certa percepção de que o bolsonarismo já ganhou e que não há nada que se possa fazer.

O problema da política do Brasil não é a polarização, tampouco a disputa entre a esquerda e a direita. O problema é a violência disseminada por um dos lados dessa régua que vem deteriorando direitos políticos, sociais e civis – tão duramente conquistados no Brasil. O momento não é de comemoração.

Olivia Cristina Perez. Professora de Ciência Política na Universidade Federal do Piauí

*Este post não representa necessariamente a posição da ANPOCS.

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