Por Silvana Bitencourt
Publicado originalmente em 13/02/2023
#MulheresNaCiência | A participação de mais mulheres e meninas na ciência é condição basilar para a construção de uma sociedade mais justa e democrática. Considerando que as mulheres representam a metade da humanidade, logo, seus potenciais criativos precisam ser incluídos de forma equitativa tanto na formação, quanto na produção da ciência de nosso país.
Historicamente, mulheres foram expulsas, silenciadas e discriminadas nos espaços de produção do conhecimento. Portanto, quando as mulheres decidem pela carreira e entram nestes espaços historicamente de poder/saber masculino, são vistas não só como transgressoras à ordem machista e patriarcal, mas como alvo de críticas, sofrendo diversas formas de desigualdade de gênero.
Para as mulheres que decidem pela maternidade, há desvantagens, pois a grande maioria das mães ainda precisa ajustar o uso do tempo para produzir ciência e cuidar dos filhos. O que tem feito muitas cientistas vivenciarem queda e inércia em suas produções científicas, pois filhos/as especialmente em idade infantil demandam mais cuidado e tempo, por isso é necessário falarmos em democratização do trabalho de cuidado para as mulheres participarem da ciência de forma equitativa.
Além disso, ter consciência crítica sobre esta história de exclusão não basta, é preciso promover práticas pautadas nos direitos das mulheres para a construção de uma sociedade onde elas sejam compreendidas fora do modelo de mulher universal, moldado pelo pensamento capitalista patriarcal, heteronormativo e de supremacia branca.
Desse modo, revisões históricas sobre as exclusões das mulheres na história da ciência precisam incluir análises que apresentam as interseções de relações de poder, pois houve diversos epistemicídios de conhecimentos produzidos pelas mulheres não brancas , sendo fundamental que estes sejam colocados em evidência a fim de estimular o empoderamento e a participação de mais mulheres nas carreiras científicas.
Silvana Bitencourt. UFMT/PPGS
*Este post não representa necessariamente a posição da ANPOCS.