Por Ximena Simpson
Publicado originalmente em 16/08/2023
#AbreAspas | As eleições primárias abertas simultâneas e obrigatórias (PASO) na Argentina definiram no último domingo os candidatos de cada partido ou coalizão de partidos que disputarão as eleições presidenciais no domingo, 22 de outubro. Os resultados foram os seguintes: o candidato Javier Milei, único candidato do partido “La Libertad Avanza” de extrema direita, foi o vencedor geral com 30,06% do total dos votos. O seguiram, a coalizão “Juntos por el Cambio”, de centro-direita, com 28,27% do total dos votos, e a coalizão governista de “Unidos por la Pátria”, com 27,27% do total dos votos. Na disputa no interior das coalizões, Sérgio Massa de “Unión por la Patria” e Patrícia Bullrich de “Juntos por el Cambio”, foram os escolhidos para concorrer nas próximas eleições presidências, junto com Javier Milei.
As PASO mostraram, por um lado, a inédita força nacional da extrema direita e por outro, a fragilização dos partidos tradicionais ao nível nacional: o Partido Justicialista (peronismo) e a coalizão conformada pela União Cívica Radical (UCR) e o Propuesta Republicana (PRO), do ex-presidente Mauricio Macri. Outro aspecto relevante foi a constatação da divisão do país em dois campos separados de disputa: o nacional e o provincial (subnacional).
Esse cenário causou grande preocupação devido à inesperada e contundente vitória da extrema-direita, o que aprofundou a crise econômica e a desvalorização do peso. Os próximos desafios se ligam à emergência de uma força de extrema-direita no país e as suas consequências em termos, não só das condições de governabilidade, como também do avanço da agenda iliberal nos valores e ultraliberal na economia.
Ximena Simpson. EPyG – UNSAM
*Este post não representa necessariamente a posição da ANPOCS.