Por Rylanneive Teixeira

Publicado originalmente em 20/05/2024

#AbreAspas | Os recentes desastres socioambientais no Rio Grande do Sul, no Brasil, evidenciam a emergência climática global, que afeta a todos os territórios e indivíduos, mas em proporções diferentes, a depender das condições de vulnerabilidade e da capacidade de adaptação.

Esses eventos destacam a necessidade de uma agenda governamental, em parceria com atores não-estatais, voltada para a mitigação das causas e a adaptação aos impactos das mudanças climáticas.

Vale destacar que um obstáculo significativo para a ação climática é o negacionismo das mudanças climáticas, apesar do consenso científico e das evidências empíricas. Esse negacionismo, muitas vezes motivado por interesses políticos e/ou econômicos, está retardando as políticas públicas necessárias para mitigar e se adaptar às mudanças climáticas.

As Ciências Sociais, apesar de historicamente serem resistentes às questões ambientais e climáticas em suas agendas de pesquisa, como aponta o sociólogo John Hanningan, estão sendo desafiadas a centralizar o tema das mudanças climáticas. A emergência climática pode estar impulsionando uma tendência positiva para a integração deste tema nas Ciências Sociais, tanto no Brasil quanto globalmente.

Instituições como o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) têm enfatizado a importância da participação das Ciências Sociais neste debate. A cooperação interdisciplinar entre cientistas sociais e de áreas, como as Naturais e Climáticas, é crucial para enfrentar a crise climática atual e fomentar o campo das Dimensões Humanas das Mudanças Climáticas Globais, ainda incipiente no contexto brasileiro.

Rylanneive Teixeira. Pós-doutorando – PPEUER/UFRN

*Este post não representa necessariamente a posição da ANPOCS.

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