Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos UFF
Publicado originalmente em 07/05/2021
#AbreAspas | Ontem, dia 06 de maio de 2021, ocorreu no bairro do Jacarezinho, cidade do Rio de Janeiro, a operação policial mais letal de que se tem notícia nesse estado. A operação resultou na morte de 25 pessoas, entre elas, um policial civil, além de 29 feridos. Realizada pela Polícia Civil com a suposta finalidade de combater o aliciamento de crianças e adolescentes para a prática de roubos, furtos e tráfico de drogas, a ação policial foi apelidada “Operação Exceptis”, em evidente afronta à decisão do STF de restringir as operações a situações “absolutamente excepcionais”.
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Cenas de horror com corpos, vísceras e sangue espalhados nas ruas da favela foram capturadas e divulgadas por moradores, que relataram também a invasão de suas casas para a captura e execução sumária de suspeitos. Até mesmo passageiros de um trem foram feridos pelos disparos de armas de fogo. Em número de mortes, esta chacina é comparável apenas à chamada “Chacina da Baixada”, ação extraoficial de policiais pertencentes a um grupo de extermínio, ocorrida em 2005. A chacina de ontem, entretanto, foi realizada em uma operação oficial, avalizada pelas autoridades policiais.
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Essa tragédia demonstra mais uma vez a urgente necessidade de elaboração de um Plano de Redução da Letalidade Policial no estado do Rio de Janeiro, com a ativa participação da sociedade civil. Movimentos de favelas, organizações de direitos humanos, grupos de pesquisa, órgãos de Estado e até mesmo organismos internacionais como a ONU já estão se mobilizando pela responsabilização das autoridades policiais e políticas do Rio de Janeiro e para impedir que mais um massacre promovido pelo Estado permaneça impune.
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O GENI/UFF vem se somando a essa luta pelo direito à vida e à cidadania, procurando informar o debate público a respeito desta e outras violações cotidianamente praticadas pelas forças de segurança pública e defesa no estado do Rio de Janeiro.
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Foto: @iancheibub
Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI/@uffoficial)
*Este post não representa necessariamente a posição da ANPOCS.