Por Izabela Tamaso

Publicado originalmente em 09/03/2022

#AbreAspas | Todos os povos e nações salvaguardam bens culturais tangíveis e intangíveis, como âncoras de suas identidades, tradições, processos históricos, artísticos e culturais. Estamos acompanhando com assombro e preocupação os ataques da Rússia na Ucrânia. Ucranianos sofrem toda sorte de violências, além das mortes. Destruir os patrimônios culturais é só mais um dos horrores da guerra.

A Ucrânia tem sete bens registrados na lista do Patrimônio Mundial da Unesco: (1) Catedral de Santa Sofia de Kiev, construções monásticas e Catedral de Kiev Perchersk Lavra ; (2) Centro Histórico de L’viv: (3) Arco Geodésico de Struve; (4) Florestas Primárias de Faias dos Cárpatos; (5) Residência dos Metropolitas de Bukovina e Dalmácia; (6) Antiga cidade do Quersoneso Táurico e sua Chora; (7) Tserkvas de Madeira da Região de Cárpatos.

O Museu de Ivankiv foi incendiado. Abrigava obras da renomada artista Maria Prymachenko. Outros bens culturais já atingidos são: a Antiga Cidade do Quersoneso Táurico (reconhecida pela UNESCO) e o centro de Chernihiv, candidato a patrimônio mundial.

Funcionários dormem nos museus em vigília, a fim de evitar a pilhagem. Moradores protegem monumentos na cidade de L’viv. O Ministro da Cultura da Ucrânia, Oleksandr Tkachenko, apela à UNESCO para que se apresse em “salvar a Catedral de Santa Sofia da ameaça de destruição”. A UNESCO solicita respeito à Convenção de Haia de 1954, para a Proteção dos Bens Culturais, com destaque para os arquivos nacionais, que figuram no Livro UNESCO da Memória do Mundo, e dos locais que salvaguardam a memória do Holocausto. Também os patrimônios intangíveis estão ameaçados, posto que eles só acontecem nos (e pelos) corpos das pessoas. Não há ponto final neste texto, enquanto não cessarem os ataques.

Izabela Tamaso. UFG (@ufg_oficial)

*Este post não representa necessariamente a posição da ANPOCS.

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