Por Régia C. Oliveira e Melissa M. Pimenta

Publicado originalmente em 07/06/2021

#AbreAspas | A pandemia de Covid 19 levou à suspensão de aulas presenciais em todos os níveis de ensino, em todo o Brasil. Em poucos meses, desigualdades históricas ficaram expostas diante dos desafios de transpor atividades presenciais para aulas online.

Diante da necessidade de ficar em casa para evitar o contágio pelo novo coronavírus, as famílias brasileiras com filhos em idade escolar tiveram que enfrentar o desafio de manter atividades de ensino à distância, mesmo quando o único meio de acesso à internet era o celular.

Qual o tamanho do estrago? Quais os efeitos da falta de sociabilidade com outras crianças e adolescentes, da falta de interação face a face com professores e equipes educadoras? Quanto tempo levaremos para recuperar o déficit de aprendizagem acumulada nesse período?

Sabemos que as medidas não farmacológicas que precisaram ser empreendidas não interferiram apenas nos processos de ensino e aprendizagem, mas também na própria segurança alimentar das famílias que contavam com a merenda escolar como componente fundamental para o suporte nutricional de seus filhos e filhas.

Como se manter estudando, se não tem comida em casa? Como manter contato com a professora, se a família só dispõe de um celular, que é utilizado pelo(a) adulto(a) responsável no trabalho? Os desafios para a educação básica impostos pela pandemia vão muito além dos recursos tecnológicos, como conexão com a internet e equipamentos, e envolvem pensar como a escola se insere no campo das políticas públicas de cuidado.

Essas e outras temáticas dentre as quais, a relação com a família, com o trabalho, o lazer, o corpo; questões relativas à violência e ao crime, serão acolhidas no GT 22 Infâncias, Adolescências e Juventudes: pesquisas acadêmicas e políticas públicas, no intuito de pensarmos juntos esse difícil contexto onde se inscrevem as trajetórias juvenis e as pesquisas que os enfocam.

Foto: Leonardo Fernandez Viloria

Régia Cristina Oliveira (USP) e Melissa de Mattos Pimenta (UFRGS)


*Este post não representa necessariamente a posição da ANPOCS.

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