Por Juliana Reimberg e Maria Laura

Publicado originalmente em 09/02/2022

#AbreAspas | A população em situação de rua na cidade de São Paulo aumentou em 31% no contexto da pandemia, como mostra o Censo Municipal da População em Situação de Rua. Em 2021, cerca de 31.884 pessoas utilizavam os logradouros públicos ou centros de acolhida como espaço de moradia e sustento.

Nos Censos de 2015 e 2019, nota-se um padrão no qual cerca de metade da população estava acolhida e a outra, estava nas ruas. Porém, o Censo de 2022 ilustra o rompimento desse patamar, com um crescimento de 51,8% no número de pessoas desabrigadas.

Ademais, o perfil desta população também está mudando. Observa-se um aumento no número de famílias em situação de rua, o qual passou a ser de 27,9%, em 2021, em comparação a 20%, em 2019. Nesse contexto, pensar em políticas públicas que forneçam portas de saída a esse grupo populacional, perpassa por repensar o modelo atual de serviço de acolhimento. A situação de rua é um problema complexo, o qual exige a adoção de respostas intersetoriais, que se atentem às especificidades dos diversos perfis que compõem a população em situação de rua: mulheres, idosos, famílias, pessoas LGBTQIA+, entre outros grupos.

Hoje a principal referência internacional para atender aos múltiplos perfis que compõem a situação de rua é a política de Moradia Primeiro, a qual entende que o acesso à moradia permanente, combinada com a atuação de outras frentes de governo, é condição fundamental para a saída das ruas.

Juliana Reimberg (mestranda no Departamento de Ciência Política da USP, @usp.oficial, graduada em Administração Pública e Direito pela FGV e atua como pesquisadora júnior no Centro de Estudos da Metrópole) e Maria Laura (mestranda em Gestão de Políticas Públicas pela EACH/USP, graduada pela mesma instituição e atua como pesquisadora júnior do Centro de Estudos da Metrópole).

*Este post não representa necessariamente a posição da ANPOCS.

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